Imigração e saúde : trajetórias de saúde e doença de um grupo da santomenses em formação profissional e universitária na Maia

Abstract

O presente estudo exploratório sobre ‘Imigração e saúde – trajetórias de saúde e doença de um grupo de santomenses em formação profissional e universitária na Maia’, constitui uma aproximação sociológica à realidade vivida, no campo da saúde e bem-estar, pelas populações migrantes, em particular junto de um grupo de jovens imigrantes e estudantes Santomenses a viver em Portugal. Destaca-se a importância da(s) moldura(s) cultural(ais) em torno da saúde e da doença de modo a: compreender e caracterizar as conceções de saúde, bem-estar e doença; conhecer as trajetórias de saúde e doença; identificar o sistema de referência leigo e as redes sociais mobilizadas na relação quotidiana com a saúde e a doença. Dada a natureza do objeto de estudo, optou-se por uma orientação teórico-metodológica qualitativa, utilizando entrevistas semiestruturadas. Em termos globais, os resultados sublinham a importância dos fatores socioculturais na configuração da relação quotidiana com a saúde, bem como a coexistência de sistemas de saúde plurais (o oficial e o tradicional, muito marcado) a que se recorre seguindo lógicas e condições particulares. Em suma: os resultados evidenciam as especificidades culturais e a pluralidade de racionalidades leigas para compreender, explicar e lidar com a saúde e a doença evidenciam a, constatação genérica, mas que nos alerta para a necessidade de construir instrumentos que facilitem e promovam o diálogo entre culturas na abordagem do bem-estar e da saúde das populações.

This exploratory study on 'Immigration and health - health and disease trajectories of a STP group in professional and university education in Maia” is a sociological approach to the reality experienced in the field of health and well-being of migrant populations, in special a group of young immigrants and students STP living in Portugal. We emphasize the importance of frame cultural around health and disease to: understanding and characterizing health conceptions, well-being and disease; know the health trajectories and disease; identify the reference system lay and social networks mobilized every day in relationship to health and disease. Given the nature of the subject matter, we opted for a qualitative theoretical orientation, using semi-structured interviews. Overall, the results underline the importance of sociocultural factors in everyday configuration interface with the health, the coexistence of plural health systems (the official and traditional, very marked) resorted to following logical and special conditions. In short: the results show the cultural specificities and the plurality of lay rationalities to understand, explain and deal with health and disease, this is the generic confirmation but that alerts us to the need to build tools to facilitate and promote dialogue between cultures and approach the well-being and health of populations.