Impacto genético e ambiental na aptidão cardiorrespiratória, atividade física e metabolismo de glicose

Abstract

Baixa atividade física e aptidão cardiorrespiratória estão associadas diretamente a resistência a insulina que pode ser considerada como fator inicial para posteriores distúrbios, como aumento da adiposidade corporal, hipertensão, intolerância a glicose e dos teores de lipídios no sangue. Apesar destas anormalidades possuírem um componente herdado significativo, pouco se conhece sobre a relação entre as influências genéticas e ambientais para estas variáveis na população brasileira, muito menos em crianças e adolescentes. Portanto, o objetivo do presente estudo foi estabelecer a contribuição de fatores genéticos e ambientais na variância da aptidão cardiorrespiratória, atividade física e metabolismo de glicose em crianças e adolescentes gêmeos. Para realização do estudo gêmeos do mesmo sexo entre 11 e 18 anos matriculados em 19 escolas publicas e 5 particulares do município de Rio Claro- SP (6º ao 3º ano do ensino médio) foram cadastrados e convidados a participar. Aqueles que concordarem foram submetidos a medidas de pedometria para estimativa da AF diária, a um teste de esforço para determinação da capacidade aeróbia e a uma coleta de sangue periférico a fim de determinar a concentração de glicose e insulina, além de uma bateria de medidas antropométricas. A partir de um questionário aplicado aos pais e aos gêmeos, os pares foram classificados em monozigóticos (idênticos) e dizigóticos (fraternos). Para o tratamento estatístico inicialmente foi utilizada a estatística descritiva para agrupar os resultados, a análise de variância para estimar a similaridade dentro dos pares de gêmeos calculando a herdabilidade através da equação h2 = 2(rMZ - rDZ). Os resultados obtidos mostraram que as medidas antropométricas possuem um forte componente genético, principalmente para os meninos (40% a 100%), porém com moderado impacto do ambiente...

Low physical activity and cardiorespiratory fitness are associated directly with the insulin resistance that can be considered as initial factor for later disorders, such as increased adiposity, hypertension, impaired glucose tolerance and lipids in the blood. Despite these abnormalities have a significant inherited component, little is known about the relationship between genetic and environmental influences for these variables in our population, much less in children and adolescents. Therefore, the aim of this study was to establish the contribution of genetic and environmental variance in cardiorespiratory fitness, physical activity and glucose metabolism in children and adolescent twins. For the study of same-sex twins between 11 and 18 years enrolled in 19 public and 5 private schools in the municipality of Rio Claro-SP (6º to 3º year of high school) were registered and invited to participate. Those who agree underwent pedometrics measures to estimate daily AF, effort test to determine aerobic capacity and a collection of peripheral blood to determine the concentration of glucose and insulin, plus a battery of anthropometric measurements. From a questionnaire administered to parents and twins, the couple were classified as monozygotic (identical) and dizygotic (fraternal). The statistic was first used descriptive statistics to group the results, analysis of variance to estimate the similarity within pairs of twins calculated the heritability of the equation h2 = 2(rMZ - rDZ). The results showed that the anthropometric measures have a strong genetic component, especially for boys (40% to 100%), but with a moderate impact on the environment for girls (34% to 80%). Already AF weekly usual cardiorespiratory fitness and suffer a moderate impact of genetics for the boys (6% to 72%) and girls receiving a large influence of the environment (45% to 100%). The metabolism of glucose... (Complete abstract click electronic access below)