Catedral de Morélia. México. Séc. XVI

Abstract

Morélia homenageia com seu nome o libertador José Maria Teclo Morelos Pérez y Pavon (1765 – 1815) pelas lutas da independência (1810) no México. Primeiro foi denominada Guayangareo e tempos depois da conquista foi Valladolid e situada nas terras férteis dos arredores do lago de Pátzcuaro. Esta catedral é a segunda construção, projeto do italiano Vicenzo Baroccio sob os auspícios do vice-rei Francisco Fernandez de la Cueva, duque de Albuquerque e do bispo frei Marcos Ramírez del Prado. A obra monumental durou quase um século, dentre os anos de 1660 até 1745. Esta construção tem documentação completa a começar pelos pareceres dados por arquitetos como Luis Gómez Trasmonte e Rodrigo Díaz, da catedral da Cidade do México (Benítez, 1934). A volumetria do monumento sacro destaca-se em toda a paisagem e em especial na trama urbana. Duas praças garantem as vistas das fachadas laterais pelas praças de Armas (de los Mártires) e Melchor Campos. O adro fechado e o recuo da avenida Allende na fachada principal ampliam suas avantajadas torres com bases planas e a partir do segundo corpo acima da fachada curvas, as aberturas dos campanários ganham esbelteza e culminam com os arremates octogonais guarnecidos por coruchéus até as pequenas cúpulas com cruzeiros. Na fachada destacam-se as torres com soluções inusitadas logo acima da fachada retábulo comprimida entre suas bases lisas. A portada mostra-se comportada em seus três tramos com entablamentos retilíneos ritmados por alturas diferentes. Vistos mais de perto ostentam soluções cultas do barroco italiano com pilastras planas com frisos sulcados retos, curvilínos e mistilineos. As colorações das pedras róseas, outras mais acinzentadas contrastam com as madeiras mais quentes das três portas fazendo destacar o branco do relevo em branco com a cena da Adoração dos Reis Magos. Os tramos laterais mais estreitos confirmam as soluções barrocas com relevos acima das portas em arcos plenos e óculo entre os relevos. Admirando as fachadas laterais, a arte emana desde os portais de entrada para o adro, as fachadas grandiloquentes com três tramos guarnecidos com pilastras planas a destacarem os relevos brancos e óculo ovalado. Por sobre os arremates ondulados, a cúpula octogonal azulejado em azul na parte central sobre a nave principal, destaca-se na complexidade de balaustradas que ocultam as abóbadas das naves laterais. Internamente tem a solenidade do barroco italiano com grandes pilastras cruciformes de onde saem os arcos nas naves laterais mais baixas e se soerguem na sustentação das abóbadas com lunetas e óculos que garantem a luminosidade interna. Do antigo ciprés – retábulo mor - resta a elaborada urna em prata que se conserva no interior de um tabernáculo em forma de templete. O antigo coro foi removido ampliando a visão da nave central que tem cores pastéis. O órgão ficou acima da entrada principal formando pequeno nártex.