Please use this identifier to cite or link to this item:
http://acervodigital.unesp.br/handle/unesp/381339
- Title:
- Mosteiro Santa Rosa, Querétaro. México. Séc. XVIII
- Capitulo II - Mosteiros Femeninos - Patrimônio Colonial Latino-americano: urbanismo, arquitetura, arte sacra
- Tirapeli, Percival
- As religiosas de Santa Rosa de Viterbo tiveram a permissão para viverem em clausura conforme as regras terceiras franciscanas em 1715 quando já ensinavam para as jovem de Querétaro. O colégio real (1727) teve dois arquitetos, Nicolás López Quijano e José Medina e quando convertido em monastério sua igreja foi construída pelo arquiteto Ignacio Mariano de Las Casas entre os anos 1746 a 1757 sendo Vicente Velásquez y Lorena, o benfeitor (Corrrea, 2001, p. 346). A igreja conventual tem mais visibilidade que sua vizinha Santa Clara pois a praça fronteiriça é mais ampla assim como sua fachada paralela a via pública mostra a totalidade do conjunto: a entrada para o convento à esquerda, a torre com bulbos duplos sobre o primeiro tramo, entradas duplas nos tramos centrais, duas curiosas volutas invertidas a servir de contraforte para a belíssima cúpula octogonal. A severidade dos portais duplos contrasta com as formas da cúpula e torre e o colorido dos pináculos piramidais cujos listrados descem pelas colunas ressaltadas e intradorso do arco da cúpula. Se na parte externa o desenho concorre com a arquitetura, no interior a arquitetura é anulada pela ornamentação. Caso raro no modelo mexicano onde a solenidade arquitetural comporta a beleza dos retábulos mesmo que monumental. A cúpula é o elemento estrutural mais visível e ainda assim recoberta de pinturas. Ao entrar o impacto é imediato. O esquema ornamental é similar das clarissas. Os coros baixo e alto com as grades são guarnecidos na parte inferior por pinturas dos apóstolos emolduradas em inventivas formas rococós. Dois anjos voantes abrem o cenário monástico da reclusão. Acima, a Virgem suspensa entre emaranhados fitomórficos está coroada com um concheado que se expande por todo arco acentuando a forma de imensa auréola reluzente. A ornamentação ao longo da nave é sem dúvida dos melhores exemplares de unidade dos fazeres artísticos: a talha, o douramento, as pinturas sobre tela, o estofamento e o trompe l’oeil da cúpula e da capela mor, pinturas de Tomás Xavier de Peralta e óleos de Miguel Cabrera. O douramento efusivo não ofusca, porém, as formas volumosas dos altares que em um crescendo buscam a verticalidade. Nas alturas, as formas se esvaem na luminosidade dos óculos acima dos dosséis. Os entablamentos truncados projetam sombras sobre as talhas mais planas, minuciosas e circunscritas nos imensos arcos. Das formas douradas saem anjos esvoaçantes, asas multicoloridas trajando roupas das legiões celestes, dos mais requintados figurinos romanos. Completas suas vestimentas, sandálias comprimindo robustas coxas róseas. Ao lado de tanta glória, anjinhos recatados e firmes atlantes cumprem o papel compositivo secundário das escalas das formas. Coroas, lambrequins, penachos, guirlandas disputam visualidade na azáfama iconográfica, levando nosso sentido a leves desmaios na busca de paradigmas.
- 2018
- TIRAPELI, Percival. Patrimônio Colonial Latino-americano: urbanismo, arquitetura, arte sacra, São Paulo: Edições SESC, 2018. p. 249 – 250
- Publicadora: Paloma Bazán, Fotografia: Percival Tirapeli, Texto: Percival Tirapeli
- Monastério Las Rosas
- Morélia - México
- México
- Séc. XVIII - Barroco
- Século. XVIII - Barroco
- Percival Tirapeli
- Monastérios femeninos
- Patrimônio Colonial Latino-americano
- Latino-america
- América Latina
- http://acervodigital.unesp.br/handle/unesp/381339
- Personalizado
- texto
Items in DSpace are protected by copyright, with all rights reserved, unless otherwise indicated.