Validação de um modelo de ciclagem de pH para verificar a relação dose-resposta de materiais que liberam flúor na desmineralização e remineralização in vitro

Abstract

Foi objetivo validar o modelo de ciclagem de pH verificando relação dose-resposta de materiais que liberam flúor, pela sua capacidade em reduzir a desmineralização e promover a remineralização in vitro. Selecionou-se 120 blocos de esmalte (4x3 mm), pelo teste de microdureza de superfície (SMH), sendo avaliadas 4 distâncias (150, 300, 450 e 600 μm) do material. Lesão de cárie artificial foi induzida (n=48) para o teste de microdureza de superfície pós-cárie (SMH1). Corpos-de-prova foram confeccionados (n=96) e adaptados aos blocos dos grupos: Z 100, Fluroshield, Vitremer e Vitremer diluído ¼, sendo o restante (n=24) do grupo controle. Os espécimes foram submetidos à ciclagem de pH, para inibir a desmineralização e promover a remineralização. Realizou-se teste de microdureza de superfície final (SMH2) para cálculo da porcentagem de alteração (%SMHA) e recuperação (%SMHR). Tanto a porcentagem de alteração (ΔZA) como a de recuperação (ΔZR) do conteúdo mineral foi calculada. Fez-se a leitura de flúor das soluções (mg F) e do esmalte (mg F/mm3). Correlação negativa foi observada entre %SMHA e mg F/mm3 (r=-0,9983; p=0,0000001), %SMHA e mg F (r=-0,9884; p=0,0000001), também entre DZA e mg F/mm3 (r=-0,9762; p=0,0048) e DZA e mg F (r=-0,9975; p=0,0000001); e positiva entre mg F/mm3 e mg F (r=0,9802; p=0,0018). Houve correlação positiva entre %SMHR e mg F/mm3 (r=0,9770; p=0,004), %SMHR e mg F (r=0,9939; p=0,0000001), e também entre mg F e mg F/mm3 (r=0,9819; p=0,0010). Em relação ao DZR, houve correlação com mg F/mm3 (r=0,9853; p=0,0002) e mg F (r=0,9975; p=0,0000001). O modelo de ciclagem de pH foi validado pela verificação in vitro da relação dose-resposta de materiais que liberam flúor na desmineralização e na remineralização do esmalte.

The aim was valid pH-cycling model verifying dose-response relationship of the fluoride-releasing materials by its capacity in reduce the demineralization and promote the remineralization in vitro. Bovine enamel blocks (n=120) were selectioned by surface microhardness test (SMH) in 4 distances evaluated (150, 300, 450 and 600 mm) of material. Artificial caries lesions were induced (n=48) for post caries surface microhardness test (SMH1). Samples of the materials Z 100, Fluroshield, Vitremer and Vitremer ¼ diluted were prepared (n=96) and adapted to enamel blocks. For the control group, no material was used (n=24). The specimens were submitted to pHcycling to inhibit demineralization and other to promote remineralization. Final surface microhardness test was assessed (SMH2) to calculate the percentage of change (%SMHC) and recovery (%SMHR). As much the change (ΔZC) and recovery (ΔZR) percentage of mineral content were calculated. Next, fluoride present in enamel (mg F/mm3) and in solution the pH-cycling (mg F) were measured. Negative correlation was observed between %SMHC and mg F/mm3 (r=-0.9989; p=0.0000001), %SMHC and mg F (r=-0.9884; p=0.0000001), also between DZC and mg F/mm3 (r=- 0.9762; p=0.0048) and DZC and mg F (r=-0.9975; p=0.0000001); and positive between mg F/mm3 and mg F (r=0.9802; p=0.0018). There was positive correlation between %SMHR and mg F/mm3 (r=0.9770; p=0.004), %SMHR and mg F (r=0.9939; p=0.0000001), and also between mg F and mg F/mm3 (r=0.9819; p=0.0010). As per DZR, there was correlation with mg F/mm3 (r=0.9853; p=0.0002) and mg F (r=0.9975; p=0.0000001). The pH-cycling model was validated by verification of in vitro dose-response relationship of fluoride-releasing materials in demineralization and in remineralization of enamel.