Pesos de abate e uréia protegida na dieta de terminação em confinamento de bovinos Nelore não castrados

Abstract

Objetivou-se com esta pesquisa avaliar o efeito do peso de abate sobre o desempenho produtivo, as características da carcaça, os cortes cárneos e a qualidade da carne de 64 tourinhos Nelore abatidos com os pesos corporais de 350; 455; 485; 555 e 580 kg, recebendo ou não uréia protegida na dieta. O peso de abate de 350 kg foi considerado como referência. O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado em arranjo fatorial 5 x 2. Não houve efeito significativo de interação entre os tratamentos e os dados foram submetidos à análise de regressão para o peso de abate e teste F para a dieta. O tempo de confinamento dos animais para atingir o peso de abate foi de 66, 88, 145 e 194 dias. Os animais abatidos com diferentes pesos não diferiram no consumo de matéria seca (CMS), em kg/dia, porém quando expresso em porcentagem do peso corporal observou-se diminuição linear no consumo. O ganho de peso médio diário (GMD) teve comportamento quadrático, em que o ponto de máximo foi obtido quando os animais atingiram o peso corporal de 491,7 kg. A eficiência bionutricional e a relação benefício:custo reduziram linearmente com o aumento do peso de abate, refletindo na redução da rentabilidade para o produtor. O aumento do peso de abate resultou em diminuição linear da porcentagem de traseiro e músculo na carcaça. No entanto, proporcionou aumento do dianteiro em relação à carcaça, gordura na carcaça e espessura de gordura subcutânea. O incremento do peso de abate também resultou em cortes cárneos mais pesados, maiores porcentagens de gordura nas aparas e dos cortes mais valorizados no traseiro. A textura da carne, suculência, sabor e os ácidos graxos saturados e monoinsaturados não sofreram influência pelo aumento do peso de abate, mas aumentaram...

This research aimed at evaluating the effect of slaughter weight on productive performance, carcass characteristics, meat cuts and meat quality of 64 Nellore bulls slaughtered at body weights of 350, 455, 485, 555 and 580 kg receiving or not protected urea. The slaughter weight of 350 kg was considered as reference. The experimental design was completely randomized in factorial arrangement 5 x 2. There was no significant effect interaction between treatments and data were submitted to regression analysis to slaughter weight and F test for the diet. The confinement time of the animals to reach slaughter weight was 66, 88, 145 and 194 days. The animals slaughtered at different weights did not differ in dry matter intake (DMI), kg/day, but when expressed as percentage of body weight a linear decrease in consumption was observed. The average daily weight gain (ADG) was quadratic in the maximum point was obtained when the animals reached a body weight of 491.7 kg. The bio-nutritional efficiency and the benefit:cost declined linearly with the increase in slaughter weight, reflecting the reduction in profitability for the producer. The increase in slaughter weight resulted in linear decrease in the percentage of hindquarter and muscle in the carcass. However, it provided an increase of forequarter, carcass fat, and subcutaneous fat thickness. Increasing slaughter weight also resulted in heavier meat cuts, higher percentages of fat in the chips and the most valuable cuts in the hindquarter. The meat texture, juiciness, flavor and saturated and monounsaturated fatty acids were not influenced by the increase in slaughter weight, but increased the polyunsaturated fatty acids. The diet containing protected urea promoted animals ADG, DMI, economic efficiency, fat thickness, prime cuts, softness and color of meat similar to animals that received the diet without protected urea. However, improved NDF digestibility and increased rumination