Candida dubliniensis: prevalência na cavidade bucal de pacientes diabéticos, com câncer de mama e hansenianos e patogenicidade experimental

Abstract

O objetivo deste estudo foi avaliar a presença de C. dubliniensis dentre isolados bucais de pacientes com Diabetes mellitus do tipo I (n=39) e II (n=36), hansenianos (n=38) e sob quimioterapia para o câncer de mama (n=30) e de respectivos indivíduos controle pareados quanto à idade, gênero e condições bucais. Um total de 479 isolados previamente identificados por testes fenotípicos (formação de tubo germinativo, produção de hifas/pseudohifas/clamidoconídeos, fermentação e assimilação de carboidratos) e identificadas como C. albicans/C. dubliniensis foram incluídos no estudo. A existência de C. dubliniensis dentre os isolados foi analisada usando protocolo validado de PCR multiplex. Foi também realizado estudo de patogenicidade experimental utilizando camundongos em modelo de infecção sistêmica, objetivando comparar a virulência e cinética de infecção de C. dubliniensis com outras espécies do gênero Candida. Um isolado (0.002%) de C. dubliniensis foi detectado entre os isolados do grupo controle. Esta espécie não foi encontrada dentre os isolados dos outros grupos de pacientes. C. dubliniensis foi menos virulenta para camundongos em relação a C. albicans e C. tropicalis e mais virulenta do que C. krusei. O estudo da cinética de infecção mostrou infecção persistente no rim e no fígado mesmo após 21 dias da inoculação de C. dubliniensis. Conclui-se que a detecção de C. dubliniensis dentre os isolados clínicos foi baixa e observada apenas no grupo controle. C. dubliniensis foi menos virulenta para camundongos que C. albicans e C. tropicalis e causou infecção prolongada no rim e no fígado

The purpose of this study was to evaluate the presence of C. dubliniensis among Candida oral isolates obtained from Brazilian patients with type I (n=39) and II (n=36) Diabetes mellitus, leprosy (n=38) and under chemotherapy for breast cancer (n=30), and respective age/sex/oral conditions-paired control were analyzed. A total of 479 isolates previously submitted to phenotypical tests (germ tube formation, hyphae/pseudohyphae/chamidoconidea production, carbohydrate fermentation and assimilation) and identified as C. albicans/C. dubliniensis were included in the study. The existence of C. dubliniensis among the isolates was analyzed by a validated multiplex PCR protocol. Also, experimental pathogenicity study was carried out with mice in a systemic infection model, aiming to compare the virulence and infection kinetics of C. dubliniensis with the other species of Candida. One isolate of C. dubliniensis (0.002%) was detected among the oral isolates from control group. This species was not found among the isolates from the other patients. C. dubliniensis was less virulent to mice in relation to C. albicans and C. tropicalis and more virulent than C. krusei. The study on infection kinetics showed persistant infection in kidney and liver even 21 days after the inoculation of C. dubliniensis. It could be concluded that the detection of C. dubliniensis among the clinical isolates was low and observed only in control group. C. dubliniensis was less virulent than C. albicans and C. tropicalis and caused prolonged infection in kidney and liver