Investimento materno em anfíbios anuros: a questão da variação no tamanho do ovo

Abstract

Reproduction is an essential process in organism's life history, although very costly in terms of physiology and ecology. An individual's reproductive success depends on many factors, such as viability, size and number of descendents produced. As time and energy are limited, there are trade-offs between components of life history, such as reproductive investment and survivorship, number and size of offspring, among others. Offspring fitness and survivorship are extremely dependent on the amount of resources available during development, especially in the initial phases. Thus, some models have been proposed trying to determine an ideal quantity of investment under certain conditions, considering that offspring environment is crucial in the initial phases, as offspring is more vulnerable to variations in biotic (predation, competition) and abiotic factors (temperature, precipitation). During the initial phases of development, parental influence is of extremely importance for descendants' survivorship and fitness, and may happens in the form of parental care, if any, and as yolk investment. Maternal investment may exhibit phenotypic plasticity, influencing offspring traits of adaptive significance, such as body size and capacity of escaping from predators. In this relationship between mother and offspring, there is a trade-off between the amount of resources she will invest without decreasing her own fitness. Females may allocate energy in different ways, such as producing many small eggs or few large ones. Another strategy is to invest differentially among eggs of the same clutch, or among clutches of the same female, or clutches of females from the same population. This differential investment may provide adaptive advantages in unpredictable environments, as a bet-hedging strategy, allowing females to diminish fitness variation along time. As anurans, in general, have an amphibian life cycle, with at least one aquatic phase, and many ...

A reprodução é um processo essencial que compõe a história de vida dos seres vivos, porém, é um evento altamente custoso, fisiológica e ecologicamente. O sucesso reprodutivo de um indivíduo depende de diversos fatores, como viabilidade, tamanho e quantidade de descendentes produzidos. Como tempo e energia são limitados, há um trade-off na alocação de recursos entre componentes da história da vida, tais como investimento em reprodução e sobrevivência, número e tamanho de filhotes, entre outros. O fitness e sobrevivência da prole são altamente dependentes da quantidade de recursos disponibilizada durante seu desenvolvimento, especialmente nas fases iniciais. Assim, alguns modelos foram propostos para tentar determinar o nível de investimento ideal sob determinadas condições, considerando que a prole, nas fases iniciais, está mais vulnerável à variações em fatores bióticos (predação e competição) e abióticos (temperatura e precipitação). Nesse período inicial, a influência dos parentais é de extrema importância para a sobrevivência e aptidão dos descendentes, e pode se dar na forma de cuidado parental, quando presente, e como investimento materno em vitelo. O investimento materno pode exibir plasticidade fenotípica, influenciando traços de importância adaptativa da prole, como tamanho e capacidade de escapar de predadores. Nessa relação da mãe com a prole, há um trade-off entre a quantidade de recursos que ela poderá investir sem diminuir seu próprio fitness. Assim, a fêmea pode alocar recursos de forma diferenciada, investindo em muitos ovos pequenos ou em poucos ovos grandes. Outra estratégia é investir diferencialmente entre os ovos da mesma desova ou entre desovas da mesma fêmea ou entre fêmeas da mesma população. Esse investimento diferencial pode conferir vantagem adaptativa em ambientes imprevisíveis e constitui uma estratégia bet hedging, pois permite...