Arthur Poerner entre estudantes e intelectuais (1965-1968): representações intelectuais no jornal Folha da Semana e no livro O Poder Jovem

Abstract

Em circulação entre os anos de 1965 e 1966, o jornal Folha da Semana teve um papel fundamental na articulação de inúmeros núcleos intelectuais e artistas dispersos pelo golpe em 1964. Um periódico que possibilitou a visibilidade de inúmeras questões referentes à organização da produção cultural das esquerdas intelectualizadas no processo de constituição da chamada “hegemonia cultural de esquerda”, no momento de recrudescimento da repressão militar na década de 1960. Muito embora este jornal não tivesse uma ampla inserção num espaço público de debates nem a visibilidade, da qual gozavam as casas editoriais, como a Revista Civilização Brasileira, é importante situá-lo como uma das organizações que trabalhavam em função da divulgação cultural e da contestação ao regime, portanto inserido numa rede de intelectuais e organizações oposicionistas, que produziam e reproduziam representações intelectuais sobre o mundo e sobre si mesmas. Estas representações pautaram, nos anos 1960, parte das discussões nos campos da cultura e da política, haja vista o exemplo que nos oferece o objeto desta pesquisa, o jornalista Arthur Poerner, que promoveu tais representações tanto em seu reconhecido livro sobre a história do movimento estudantil brasileiro O Poder Jovem quanto no período em que esteve à frente do jornal Folha da Semana.

In circulation between the years 1965 and 1966, the newspaper Folha da Semana played a key role in the articulation of numerous intellectuals and artists cores dispersed by military coup in 1964. A journal that allowed the visibility of many issues concerning the organization of cultural production of intellectualized left in the process called of constitution of "cultural hegemony of the left" in the upsurge of military repression in the 1960s. Although this paper did not have a wide insertion into a public space for discussion or visibility, which enjoyed the editorial houses, such as the magazine ―Civilização Brasileira‖, it is important to place it as one of the organizations working on the basis of cultural dissemination and challenge to the regime, so on a network of intellectuals and opposition organizations, which produced and reproduced intellectual representations of the world and about themselves. These representations guided, in the 1960s, part of the discussions in the fields of culture and politics, in view of the example that gives us the object of this research, the journalist Arthur José Poerner, who promoted such representations both in their recognized book on the history of Brazilian student movement The Youth Power as in the period in which he led the newspaper Folha da Semana.

Em circulant entre les années 1965 et 1966, le journal Folha da Semana avait un rôle fondamental dans l'articulation de nombreux noyaux intellectuels et artistes dispersés par le coup d'Etat en 1964. Un périodique qui a permis à la visibilité de nombreuses questions relatives à l'organisation de la production culturelle de la gauche intellectualisés dans le processus de la constitution d'appellée ―l'hégémonie culturelle de la gauche‖, dans le moment de la recrudescence de la répression militaire dans les années 1960. Bien que ce journal n'eût pas eu une grande insertion dans l'espace public de débat ou de la visibilité, qui avait les maisons d'édition tels que le Magazine Civilization Brésilienne est important de le placer comme l'une des organisations qui travaillaient sur la base de la promotion culturelle et de la contestation au régime, donc insérés sur un réseau d'intellectuels et d'organisations de l'opposition, qui produit et reproduit les représentations intellectuelles du monde et d‘eux-mêmes. Ces représentations guidées, dans les années 1960, une partie des discussions dans les domaines de la culture et de la politique, étant donné l'exemple qui nous donne l'objet de cette recherche, le journaliste Arthur Poerner, qui a promu ces représentations à la fois dans leur livre reconnu sur l'histoire du mouvement l'étudiant brésilien O Poder Jovem comme la période qu‘il a dirigé le journal Folha da Semana.