O abuso e dependência de drogas no território: desafios e limites dos Agentes Comunitários de Saúde de uma Unidade de Saúde da Família

Abstract

The Brazilian public policies regarding health care for drug users conceive primary care as a critical device to its effectiveness. In order to understand how the Community Health Agents (CHA) from a Family Health Unit in a municipality of the State of São Paulo conceive their care practices to the drug abuser or addict, interviews were conducted with four CHA and two clusters of meanings were identified and analyzed: "the social reality of drugs in the territory as a hindrance to health care actions" and "the inexistence of drug users in the service and their integration by means of relatives". The CHA do not understand the demands of users as part of their duties. They show fear of getting involved with the violence of drug dealing and they show stigmatized concepts regarding drug users, identifying them as criminals. It appears also that in general the relatives are the ones need users to be treated.

As políticas públicas brasileiras de atenção à saúde do usuário de drogas concebem a atenção primária como dispositivo fundamental para sua efetivação. Visando a compreender como os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) de uma Unidade de Saúde da Família de município no interior paulista concebem suas práticas de atenção ao usuário abusivo ou dependente de drogas, foram realizadas entrevistas com quatro ACS e identificados e analisados dois núcleos de significados: “a realidade social da droga no território como empecilho às ações de saúde”, e “a inexistência de usuários de drogas no serviço e sua inserção via familiares”. Os ACS não entendem a demanda dos usuários como parte de suas atribuições. Evidenciam medo de se envolver com a violência do tráfico e apresentam concepções estigmatizantes sobre os usuários de drogas, identificando-os como criminosos. Constata-se, também que, em geral, os familiares é que apresentam a necessidade de que os usuários sejam tratados.