Perfil de cuidadores de idosos e percepção sobre saúde bucal

Abstract

Em 2025, o Brasil será o sexto país do mundo em termos de população idosa, com aproximadamente trinta e dois milhões de pessoas nesta condição. Com o avançar da idade, surgem sensíveis alterações no estilo de vida da população idosa, seja por problemas de saúde ou mesmo pelo processo fisiológico do envelhecimento. Essas mudanças levam os idosos, em muitos casos, a necessitar de alguém para auxiliá-los em atividades que antes pareciam de simples execução. Dentro deste quadro, surge a profissão de cuidador de idosos , entretanto, grande parte não possui devida capacitação, e o despreparo resulta em desgaste tanto para o ser cuidado, quanto para o cuidador. A Odontologia Social da FOA/ UNESP, desenvolve o programa Promoção de Saúde em idosos institucionalizados da cidade de Araçatuba/SP , beneficiando três instituições da cidade, sendo elas: Lar da Velhice, Asilo São Vicente de Paulo e Abrigo Ismael. Avaliar o perfil e conhecimento sobre saúde bucal dos dezoito cuidadores de idosos que atuam em três Instituições de amparo ao idoso da cidade de Araçatuba. Com base na avaliação, será elaborado um manual de instruções que nortearão os cuidadores na atenção ao idoso. Foram entrevistados cuidadores das três instituições supracitadas, com auxílio de um formulário contendo questões abertas e fechadas, visando avaliar o grau de conhecimento dos mesmos quanto a aspectos de saúde bucal. Quanto à escolaridade, a maioria dos cuidadores apresenta ensino médio completo, sendo que a maior parte desenvolve esta atividade por necessidade e não por afinidade. Em relação ao treinamento para o cuidado com o idoso, a maioria nunca recebeu orientação específica. Em se tratando de conhecimentos em saúde bucal, detectou-se carência de informações, sendo que a maior parte necessita de esclarecimento quanto aos problemas mais prevalentes que ocorrem na boca, e muitos deles acreditam que a perda dos dentes faz parte da velhice, como sendo um processo inevitável. Quando questionados quanto à possibilidade de transmissão de doenças durante o processo de higienização das próteses em recipiente comum, todos afirmaram ser possível a transmissão de doenças. Apesar da unanimidade quanto ao fato de que as alterações bucais podem representar problemas sistêmicos, a grande maioria dos cuidadores não possui o hábito de examinar a boca dos idosos. Uma vez que durante a seleção dos cuidadores não é exigida formação específica, constatou-se que não existe um conhecimento sobre saúde bucal voltado para idosos. Baseando-se neste aspecto, espera-se que o manual a ser elaborado seja de grande valia como material de orientação e consulta para uma importante parcela da população envolvida nos cuidados com as pessoas da terceira idade.