Revisão taxonômica e análises filogenéticas das espécies extra-amazônicas de Goeppertia Nees, clado Breviscapus (Marantaceae)

Abstract

Este trabalho está estruturado em dois capítulos, a saber: 1. “Revisão taxonômica das espécies extra-amazônicas de Goeppertia Nees, clado Breviscapus (Marantaceae)”; e 2. “Estudos filogenéticos em Goeppertia e biogeografia do clado Breviscapus em áreas extra-amazônicas”. No primeiro capítulo, é apresentada uma revisão taxonômica das espécies extra-amazônicas de Goeppertia pertencentes ao clado Breviscapus. O gênero Goeppertia compreende cerca de 250 espécies de um clado segregado do gênero Calathea. O clado Breviscapus é um grupo heterogêneo, abrigando espécies de várias seções taxonômicas e grupos morfológicos informais. A partir de excursões de campo, análise de espécimes depositados em herbários nacionais e internacionais, e revisão bibliográfica, 70 espécies de distribuição extra-amazônica foram consideradas. São apresentadas chaves de identificação para os grupos de Goeppertia e para as espécies tratadas, descrições e figuras contendo fotografias e mapas de distribuição, quando possíveis. Lectotipificações, neotipificações, sinonimizações e treze novas espécies são indicados, a serem designados ou publicados futuramente. Cerca de 40 espécies se enquadram em alguma categoria de ameaça de acordo com os critérios analisados. No segundo capítulo, foi realizada uma filogenia datada para a família Marantaceae e para o gênero Goeppertia, com enfoque nas espécies extra-amazônicas. Objetivando uma maior compreensão da história biogeográfica das espécies do clado Breviscapus, uma análise de reconstrução de área ancestral também foi realizada. As espécies da Mata Atlântica, em conjunto com algumas espécies do Cerrado, pertencem ao clado Breviscapus em um grupo heterogêneo, corroborando filogenias anteriores. Os resultados indicam uma diversificação antiga das espécies de Goeppertia na Mata Atlântica, através de um evento de dispersão a partir da Amazônia. A diversificação das espécies da Mata Atlântica pode ter ocorrido devido ao isolamento causado pela formação do Cerrado, entretanto a distribuição atual das espécies da Mata Atlântica pode ter sofrido influência da flutuação climática do Pleistoceno.

This thesis is divided into two chapters: 1. “Taxonomic revision of the extra-amazonian Goeppertia Nees, Breviscapus clade”; and 2. “Phylogenetic analyses on Goeppertia Nees and biogeography of Breviscapus clade in extra-amazonian areas”. In chapter one, a taxonomic revision of the extra-amazonian species of Goeppertia in Breviscapus clade is presented. Goeppertia comprehends about 250 species of a clade segregated from Calathea. The Breviscapus clade is heterogeneous and formed by species from different taxonomic sections or informal groups. Based on fieldwork, studies of herbarium specimens and literature, 70 extra-amazonian species were considered. Identification keys for both infrageneric groups and species are presented, along with species descriptions and figures with photographs and occurrence maps, whenever were data available. Lectotypifications, neotypifications and thirteen new species are indicated, to be published in a near future. About 40 species are embedded into a threatened category according to the considered criteria. In chapter two a dated phylogeny of the genus Goeppertia was constructed in order to estimate the ancestral area for Breviscapus clade. The monophyletic Breviscapus clade comprehends all the Atlantic Forest (AF) species, some Amazonian and Cerrado species in a morphologically heterogeneous group, confirming the findings of previous phylogenies. The results indicate the early diversification of Goeppertia species in the Atlantic Forest, reaching the AF most likely by dispersion from the Amazon. The assembly of Cerrado is hypothesized as acted like a barrier, directly influencing the isolation and thus the diversification within AF clades. Pleistocene climate events may have driven the distribution of extant species.