O faz-de-conta como atividade promotora de desenvolvimento infantil e algumas contribuições acerca de suas implicações para aprender a ler e escrever

Abstract

Neste trabalho de pesquisa abordo questões referentes à brincadeira e ao desenvolvimento cultural da criança de seis anos, na ótica da Teoria Histórico-Cultural e busco compreender, brevemente, as relações existentes entre o faz-de-conta e o desenvolvimento da representação simbólica da consciência, essencial para a apropriação da leitura e da escrita. A hipótese norteadora das investigações é a de que, embora a aprendizagem da leitura e da escrita esteja no foco das expectativas dos pais e professores, esta se constitui num desafio ao qual a grande maioria das crianças não pode corresponder, porque requer a apropriação de capacidades humanas que formam as bases orientadoras de novas aprendizagens na idade escolar, de modo particular, a apropriação da leitura e da escrita. Essas bases orientadoras se formam na infância por meio das atividades promotoras de desenvolvimento infantil (atividades plásticas e de construção) e por meio do brincar que se constitui na atividade principal desse período. Na busca pela compreensão desse objeto de estudo, inseri o brincar na rotina de uma turma com crianças de seis anos de uma escola pública estadual. Realizei, então, uma pesquisa qualitativa do tipo Estudo de Caso que se fundamentou nos estudos de Vigotski e colaboradores e teve como instrumentos de coleta de dados entrevistas com as crianças, digressões das mesmas e a observação universal. A teoria microgenética de origem Vigotskiana e análise do conteúdo foram os instrumentos de análise de dados. Os dados foram coletados a partir de um trabalho pedagógico intencionalmente planejado para provocar o processo de aprendizagem das funções necessárias à apropriação da leitura e da escrita, bem como da observação das atitudes das crianças denotativas dessas aprendizagens.

In this report I approach questions about playing and the cultural development of a six years old child, In the optical of the historical cultural focus. I intend to understand the relationship between the make-believe and the development of the symbolic representation of the conscience essential to the process of reading and writing. The main hypothesis of investigating is that although the learning of reading and writing be the focus of the expectative of parents and professors, this is a challenge that most of the kids can not correspond because it requests the appropriation of human capacities that form the guiding base of new learnings in the school age, in a particular way, the appropriation of reading and writing. This guiding base forms in the infancy age through playing, which is the main activity of this period. I have done a qualitativ research of the type Case Study with six-years-old children of a state public school to understand this study object. This research methodology was based in the Vigotski studies and it had as instrumental of data collects the interviewing with children, digressions and universal observations. The microgenetic theory of Vigotskian origin and the analysis of the contents were the instruments of data analysis.The collected data were used to accomplish a pedagogic work intentionally planned to provoke the process of learning of the necessary function to the appropriation of reading and writing as well to possibility the observation of the children acts denotative of these learnings.