Calando-se para se preservar de um contexto ameaçador, mediante a fragilidade de se resgatar o aluno da rede pública de ensino, em interações com substâncias psicoativas: a experiência do professor

Abstract

O uso de substâncias psicoativas sempre esteve presente na história da humanidade, porém, devido ao crescente e precoce consumo transformou-se em problema mundial de Saúde Pública, gerando em todas as partes do mundo importantes questões sociais e de saúde, exigindo medidas de enfrentamento que implicam, entre outras, não só a identificação da prevalência, mas também o aprofundamento compreensivo das experiências dos atores envolvidos no processo. Entre estes fatores considerou-se, neste estudo, o papel dos professores, no acompanhamento destas crianças em ambiente escolar, entendendo a escola como um espaço em que criança e adolescentes permanecem diariamente e por longos períodos construindo e desenvolvendo, entre outras coisas, suas normas de comportamento e convivência sociais. O estudo foi realizado com 32 professores de três escolas públicas estaduais da cidade de Penápolis, SP, lotados em duas escolas periféricas e uma central, objetivando: compreender a interação do professor da rede pública com aluno usuário de substâncias psicoativas e desenvolver modelo teórico representativo desta experiência. Pesquisa conduzida nos padrões da Declaração de Helsinque, aprovada pela comissão de ética UNESP-Araçatuba. Referencial teórico Interacionismo Simbólico. Referencial metodológico Grounded Theory. Técnica de coleta de dados grupos focais. Foram identificados três fenômenos: Identificando os alunos usuários de substâncias psicoativas: ouve rumores; percebe manifestações relativas ao uso; observa o aluno assumindo condição de usuário, pondera sobre fatores protetores e indutores ao uso. Sentindose impotente perante os desafios do uso de substâncias pelos alunos: o professor tenta ajudar o aluno, agindo como conselheiro e comunicando o problema á direção, que chama a família visando compreender a problemática. Entretanto, se depara com...

To understand the interaction of public-school teachers with students who use psychoactive substances and to develop a representative theoretical model. A study conducted according to the standards stated in the Declaration of Helsinki and approved by the Ethics Committee of UNESP-Araçatuba. Theoretical framework: Symbolic Interactionism. Methodological framework: Grounded Theory. Data collection technique: focal groups. Three phenomena were identified: Identifying students who use drugs: hear rumors; perceives manifestations related to the use; observe students assuming the condition of users and ponder about protective and use-inducing factors. Feeling powerless in face of the challenges found: teachers attempt to help students by acting as counselors and communicating the problem to the school principal, who calls student’s families with the purpose to understand their problematic conditions. However, they find unstructured families, inefficient Guardianship Councils, lack of preparation to approach the topic and lack of public policies. Teachers remain silent to preserve themselves from the world of drugs: The connection with criminality and violence leads to stigma and prejudice which pursue schools, students and their families, causing teachers to remain silent in order to preserve themselves from the world of drugs. Core category: Silencing in order to protect oneself from a threatening context in face of the fragility in rescuing public school students in interaction with psychoactive substances. Conclusions: Teachers identify signs of use and abuse as well as risk and protection factors for substance use. They should participate in preventive actions together with relatives, health care professionals and government institutions aiming at children’s and adolescents’ integral health in the school environment. Coping actions for damage reduction in the school environment... (Complete abstract click electronic access below)