Fatores sócio-demográficos e antecedentes obstétricos relacionados à sífilis na gestação em uma amostra de gestantes do Distrito Federal

Abstract

A sífilis na gestação é um grave problema de saúde pública, responsável por altos índices de morbimortalidade intrauterina. Estima-se que leve, em pelo menos 50% das gestações acometidas, a desfechos perinatais adversos. Esses dados remetem à falta de controle das doenças sexualmente transmissíveis (DST) e à deficiência na assistência pré-natal. O objetivo deste estudo transversal foi conhecer o perfil sócio-demográfico e os antecedentes obstétricos das gestantes com VDRL reagentes no DF no ano de 2010. Verificou-se o percentual de gestantes que tiveram acesso ao pré-natal e foram inadequadamente tratadas de acordo com as recomendações do MS. Foram entrevistadas 67 gestantes/ puérparas notificadas no SINAN, em cinco maternidades públicas do DF e consultadas as informações do prontuário e cartão da gestante quando disponível. Foram avaliados dados sóciodemográficos, obstétricos, informações relacionadas ao diagnóstico e tratamento da gestante/puérpara e parceiro. Apenas 41,8% gestantes foram adequadamente tratadas e o principal motivo para a inadequação do tratamento foi a falta (83,6%) ou inadequação do tratamento do parceiro (88,1%). Foi constatada a necessidade de novo tratamento da gestante na maternidade por falta de documentação do tratamento realizado no pré-natal. Os dados demonstram que a qualidade do pré-natal recebido pela gestante não é suficiente para garantir o controle da sífilis congênita e o atingimento da meta de controle da doença

Syphilis during pregnancy is a serious public health problem responsible for high rates of intrauterine mortality. It is estimated that in at least 50% of pregnancies affected, adverse perinatal outcomes happen. These findings reflect the lack of control of sexually transmitted diseases (STDs) and disability in prenatal care. The goal of this survey was to understand the epidemiological profile of women with VDRL reagents in the Federal District in 2010. The study verified the percentage of pregnant women who had access to prenatal care and were inadequately treated in accordance with the recommendations of the Ministry of Health. We interviewed 67 pregnant and postpartum women who reported to the SINAN, users of five public hospitals of the DF and consulted information from medical records and from prenatal care charts, when available. Data were collected on sociodemographic, obstetric, information related to diagnosis and treatment of pregnant and puerperal women and their partners. Only 28 (41.8%) patients were adequately treated and the main reason for inadequacy was the lack of treatment (83.6%) or inadequate treatment of the partner (88.1%). The study demonstrated the need for new treatment of the mother at the hospital for lack of documentation of the treatment in prenatal care. Our data demonstrates that the quality of prenatal care received by pregnant women is not sufficient to ensure control of congenital syphilis and reaching the goal of controlling the disease